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Acusado de matar mulher trans, não assumia o romance

estudante universitária Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, desaparecida desde 12 de junho em Ilha Solteira, no interior de São Paulo, conhecia o namorado desde a infância. Marcos Yuri Amorim foi preso temporariamente na última quinta-feira (10/7), suspeito de matar a jovem.

Nascidos na mesma cidade, os dois cresceram e estudaram juntos. “É um envolvimento que foi acontecendo conforme a maturidade”, afirmou Lucas de Oliveira Alves, irmão da universitária, ao Metrópoles.

Eles cursavam zootecnia na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Ilha Comprida, e eram da mesma sala. Apesar disso, Yuri não assumia o relacionamento, especialmente para a família, pelo fato de Carmen ser uma mulher trans.
“Ele fazia um jogo duplo para a família. Se fingia de bom moço, falava que não tinha nada. Quando estava aqui, ficava com a minha irmã, e quando ele estava lá na casa dos pais, falava que não tinha nada a ver”, disse Lucas.
polícia suspeita que Carmen tenha pressionado Yuri a assumir o namoro, o que teria levado ele a matá-la. Além do estudante, o policial militar ambiental da reserva Roberto Carlos Oliveira também foi preso temporariamente, suspeito de envolvimento no crime.
A investigação mostrou que a jovem montou um dossiê contra Marcos Yuri com provas de crimes cometidos por ele na região, como roubo e furto. Ela teria usado o documento para pressionar o namorado, afirmou o delegado Miguel Rocha, responsável pela apuração do caso.

Entenda o caso

  • Carmen foi vista pela última vez em 12 de junho, por volta das 10h, na Rua 15 de Novembro, em Ilha Solteira, vestindo calça jeans e uma blusa verde. Ela estava em uma bicicleta elétrica.
  • A Polícia Civil passou a investigar o caso, realizando buscas pela estudante com auxílio de amigos e familiares da jovem.
  • Com o avanço das investigações, dois suspeitos foram presos temporariamente, nessa quinta (10/7): Marcos Yuri Amorim, namorado de Carmen, e Roberto Carlos Oliveira, policial militar ambiental da reserva.
  • Segundo o delegado Miguel Rocha, responsável pela investigação do caso, os homens estavam envolvidos em uma relação amorosa e teriam trabalhado em conjunto para matar a estudante e ocultar o corpo.
  • A investigação apontou ainda que Marcos Yuri matou Carmen porque não queria assumir a relação.
  • Buscas no notebook da estudante mostraram que ela tinha um dossiê contra o rapaz, com provas de roubos e furtos que ele teria cometido em Ilha Solteira.
  • A jovem teria usado o dossiê para pressionar o namorado a assumir a relação. A pressão, no entanto, teria contribuído para a motivação do crime.
  • O corpo de Carmen ainda não foi encontrado, mas a polícia trabalha com a hipótese de feminicídio.
  • Buscas estão sendo feitas no local onde o sinal de celular da jovem foi captado pela última vez, em um assentamento chamado Estrela da Ilha, onde morava Marcos Yuri.
  • A Guarda Municipal, o Canil da Polícia Militar e a Marinha do Brasil foram acionados para auxiliar nas buscas. Um drone também ajuda na varredura.
  • Além disso, foram realizadas perícias nas casas e veículos dos suspeitos. O objetivo é localizar possíveis vestígios de sangue que possam explicar o que aconteceu com Carmen.
  • Família e universidade lamentam desaparecimento

    Em nota publicada no Instagram, a família da estudante demonstrou a angústia sentida pelo caso.

    “Desde o início dessa jornada, há praticamente um mês atrás, nossas vidas foram brutalmente abaladas e, a partir de então, todos os dias nós buscamos, procuramos, manifestamos por respostas e sofremos com a angústia dos dias irem passando e as respostas não aparecerem”, diz o texto.

    Conforme a família, a universitária é “uma mulher amada, estudiosa, trabalhadora e muito querida”. Os familiares também a descrevem como uma pessoa alegre, divertida e com muitos sonhos e metas para realizar. “Uma menina que sempre foi sensível, e que sempre utilizou a arte como forma de expressão”, afirma a publicação da noite dessa sexta.

    Os parentes disseram ainda que a notícia de prisão dos suspeitos “foi como um presságio de uma batalha longa que teremos pela frente”.

    Eles destacaram a sensibilidade do caso por envolver uma mulher trans e negra. “Sabemos que a Justiça brasileira caminha de forma muito lenta principalmente quando não se tem a materialidade do fato e por se tratar de uma mulher trans e preta, onde infelizmente as leis de defesa das pessoas da comunidade LGBTQIAP+ são falhas”.

    “Queremos reiterar que o nosso luto só será vivido quando obtermos a resposta da pergunta que que gritamos a um mês: Onde está a Carmen?”, finalizou a nota.

    Também em publicação nas redes sociais, a Unesp, onde Carmen estudava zootecnia, lamentou a suspeita de feminicídio e prestou solidariedade à família da vítima.

    “A prisão temporária de dois suspeitos e a hipótese de feminicídio reforçam a gravidade da situação e mantêm toda a comunidade universitária na expectativa de que os fatos sejam plenamente esclarecidos. Reiteramos nosso repúdio a toda forma de violência e nosso respeito à diversidade. A Universidade reafirma seu compromisso com a defesa da vida e da dignidade humana”, diz a nota.

    A universidade não se manifestou sobre uma possível expulsão de Marcos Yuri, que também é aluno da instituição. Em entrevista ao Metrópoles, Lucas de Oliveira Alves, irmão de Carmen, contou que a irmã sempre foi uma pessoa querida na cidade, trabalhava em restaurantes e era conhecida pela educação. Ele disse ainda que a jovem era uma pessoa alegre e bem vista na comunidade e que não apresentava nenhum indício de tristeza antes do desaparecimento.

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